CEDRIM:
A freguesia de Cedrim é rica em histórias antigas e lendas, que alimentam o imaginário do povo e que vão sendo transmitidas de geração em geração.
Quanto à Lenda das Mouras, segundo os antigos, os Mouros fixaram-se no Cabeço das Mouras e aí tinham uma entrada subterrânea que ia do Castêlo até ao Rio Vouga, por onde iam com os cavalos beber água. Terá sido um homem que, ao ir tomar banho ao rio no Poço de Peiges, descobriu essa entrada e decidiu entrar. A certa altura, já conseguia ouvir os galos cantar em Cedrim. De facto, era convicção de muita gente que os Mouros habitaram o Castêlo e tinham passagens subterrâneas até à beira rio, no local indicado por uma fonte chamada Fonte das Mouras.
A Pedra da Roca é outra lenda relacionada com o Monte do Castêlo. De acordo com o que a mesma reza, uma moura levava uma pedra à cabeça desde o Castêlo até ao monte de Ribeiradio para a fiar numa roca. Acontece que esta pedra pesa mais de 30 toneladas e, ainda hoje, pode ser encontrada na margem direita do caminho que dá acesso a Ribeiradio.
Outra história associada ao Cabeço das Mouras reza que aí existe um grande tesouro encantado e que várias pessoas, há cerca de 50 anos, foram lá ler o livro de São Cipriano, mas nada conseguiram por deficiências mágicas. Diz-se que, há mais de cem anos, foi também ao dito local um grupo de indivíduos que, quando leu o dito livro, viu a terra abrir-se, com uma forte trovoada, de onde alguém atirava objectos para fora.
Dizem também os antigos que a zona de Santo Adrião era muito frequentada por gente do Porto que vinha procurar tesouros e, ao que parece, levaram alguns. Dizem igualmente que na área do Vieiro, no sítio da Fonte do Mourinho, onde ainda hoje existe uma nascente de água, se encontrava uma caldeira de libras e que as cabras tinham já rompido o arco da caldeira.
PARADELA:
“Na localidade de Penouços - Paradela do Vouga, existe um monte, a que chamam “Cabela da Moura”, de grandes dimensões e constituído por enormes pedras, que serviam de habitação para os mouros. As características deste local foi propício à criação de muitas lendas e histórias, à qual as pessoas mais idosas acreditam ser uma realidade.
No entanto, conta-se que há muitos e muitos anos, vivia no Cabeço da Moura uma moura bonita e elegante, que se enamorou de um jovem. Encontravam-se ali todas as noites, mas havia algo de que a moira famosa o prevenia sempre: “Nunca, mas nunca, te aproximes de mim com fogo ou algo com ele relacionado”. O seu amado cumpria a ordem da sua moura, até que, num certo dia, a sua mãe foi para as fainas agrícolas e lecou o casaco do filho. Entretanto, necessitou de fazer uma “queimada” e foi a casa à busca de fósforos, que após a fogueira, colocou num bolso do casaco do filho. À noite, como era de costume, o jovem foi visitar a sua moura que, entretanto, se cobria de ouro. Esta, quando o vê aproximar-se, diz-lhe: “Afasta-te. Pedi-te que não trouxesses fogo e tu não cumpriste”. E logo a noiva desapareceu para sempre e o jovem foi invadido por uma enorme tristeza e arrependimento, chorando sempre pela sua amada. Ainda hoje existe na “Cabeça da Moura” uma pedra com inscrições indecifráveis, que duzem esconder o ouro, o tesouro da noiva.”
fonte: Genius Locci